quarta-feira, 17 de abril de 2013

157º CAFÉ FILOSÓFICO_FILOSOFAR A PARTIR DE (QUASE) NADA I


157º CAFÉ FILOSÓFICO (E-LEARNING CAFÉ, PORTO)

Ao contrário do que acontece em outros eventos culturais quem vai a um Café Filosófico não vai lá para ser servido mas para servir. Num Café Filosófico a filosofia e o filosofar estão totalmente a cargo dos participantes e não do moderador que não faz as vezes de "filósofo de serviço" mas de árbitro que zela pelo cumprimento das regras do "jogo filosófico".

Normalmente o problema filosófico é proposto no início de cada sessão (pelo moderador ou pelo grupo) mas este Café Filosófico no E-Learning foi diferente. 

Filosofar a partir do (quase) nada foi o desafio lançado à nossa "comunidade filosófica".

Um desenho no quadro: Uma seta da direita para a esquerda (do ponto de vista do observador); 0 e 2013 no início e no fim da seta.
Uma pergunta: "O que significa?" 

Depois de todos lerem as suas interpretações da "seta" escolheu-se aquela que o grupo (por votação) considerasse "filosoficamente mais rica".

"Aquilo que cada um estiver condicionado a interpretar" 
foi a interpretação escolhida pelo seu carácter abrangente, provocador, profundo, dialéctico (algumas das características filosóficas apontadas pelos participantes).

Com esta interpretação filosófica à nossa frente cabia agora ao grupo levantar-lhe um problema (Problematizar) na forma de uma pergunta por forma a descobrirmos alguma perplexidade filosófica por detrás dela. 
Entre os vários problemas levantados escolheu-se o seguinte:
"Toda a interpretação é apenas fruto de condicionamentos?"

Já íamos com uma hora e meia de Café Filosófico quando finalmente encontrámos a pergunta filosófica que nos ia ocupar durante a sessão (é preciso fôlego para se fazer filosofia) e a partir daqui o Diálogo desenrolou-se de uma forma mais livre (menos estruturada) com os participantes a poderem intervir da forma que quisessem desde que classificassem o que iam dizer (uma pergunta, uma crítica, um esclarecimento, etc.) e mantivessem as suas intervenções breves e claras.
Definiu-se, argumentou-se, refutou-se, exemplificou-se e contra-exemplificou-se. Exploramos uma parte significativa do arsenal filosófico e ainda tivemos tempo para descobrir o que são "marquises filosóficas" (acrescentos a teorias), "argumentos salmão fumado" (argumentos irrelevantes) e "síndromes Titanic" (afundar-se teimosamente numa contradição).


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